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O primeiro post aqui já começa com uma indicação de leitura: “A coragem de ser imperfeito” da Brené Brown, que fala sobre a importância de encararmos a vulnerabilidade e fugir das amarras do perfeccionismo que nos impedem de ousar e de agir espontaneamente. A autora fala que a “vulnerabilidade é o caminho que nos leva a uma vida plena, é o que nos faz sentir vivos. Entender nossas questões, medos e fazer as pazes com eles”.

Escrever este primeiro post do site sobre esse tema, não foi a toa. Fiquei semanas pensando sobre o que deveria escrever, se seria interessante, se eu não escreveria bobagem, e percebi que eu estava fazendo exatamente o oposto do que ela recomenda. Pelo medo das críticas eu estava deixando de ousar, de tentar, de correr o risco. Então, meio que de improviso, aqui vou eu… ousando ser honesta comigo mesma e com você também que está lendo isso (confiante de que alguém lerá rsrs).

 
 

Agora filosofando um pouco sobre alguns trechos do livro:

Ousadia de ser quem é… eu gosto muito dessa frase, que me faz pensar que nenhum de nós está sozinho nessa batalha. Acredito eu que todos nós, em algum momento, vivemos a experiência de tentar agradar, tentar fazer pelos outros e abrindo mão de um pouquinho de nós para isso. Ousar ser quem somos, fala de reconhecer nossa singularidade, de respeitá-la e potencializá-la, e fazendo isso podemos nos conectar com outras singularidades, criando elos e assim, juntos, podemos aprender que a jornada da vulnerabilidade não foi feita para trilharmos sozinhos. Compartilhando histórias e falando sobre nossas vergonhas e sobre nossas coragens, ousaremos ainda mais.

A autora fala que é preciso estar e sentir-se vulnerável para que grandes passos sejam dados: “A vulnerabilidade é incerteza, risco e exposição emocional”, então conseguiremos ousar e viver a liberdade de lutar dia a dia com amor e coragem. Quando me deparei com esse trecho, fui buscar o significado de coragem ou de bravura e me encontrei com esse:

“não encolher (shrinking) quando há ameaça, desafio, dificuldade ou dor; falar o que for certo e justo mesmo que haja oposição; agir pela própria convicção ainda que esta seja impopular”… e isso me falou sobre tantas possibilidades:

Coragem para não encolher ou recuar e fazer o que é certo sobre nossa própria convicção… Falar em voz alta sobre o que nós vivemos e acreditamos sem receios…

Agir de acordo com nossas crenças…

Não parece ser uma coisa linda poder ser quem somos e sermos valorizados por isso? Por que será então que é tão difícil? Por que tantos se identificaram com esse livro da Brené, e (eu espero) também estão se identificando com esse texto?

A coragem nos expõe… aceitar nossa vulnerabilidade nos torna humanos, e portanto, carregados de imperfeições. Quando nós escolhemos encarar, tomar decisões, trilhar novos rumos ou mesmo amar alguém, nós estamos nos expondo ao outro e fazendo isso, corremos o risco de sermos correspondidos ou não. É exatamente neste frio na barriga é que está a vida, é neste encontro que estão as paixões, é neste contato que damos significado e sentido a nossa existência.

A coragem de ser imperfeitos nada mais é do que encarar uma vida plena, que é repleta de desafios, obstáculos e lágrimas, sim. Mas é neste caminho também que encontraremos a alegria, o amor e o crescimento.

 

E pra encerrar, trago o trecho que Brené conta no início de seu livro, mencionando o discurso “O homem na arena” do presidente Roosevelt: Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter sido melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra; que decepciona; porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente.

Então lembre que, não é o crítico quem importa, nem quem está na arquibancada assistindo. As pessoas que nos amam, que se importam de verdade e com quem realmente podemos contar estão na arena conosco, lutando por nós, segurando nossa mão e continuarão lá conosco, independentemente do resultado que possamos alcançar. Por estas pessoas vale a pena ter coragem de deixar brilhar a nossa luz.